Empresas aumentam investimento

Otimistas com o aquecimento do mercado, a maioria das empresas que opera no Brasil acredita que fechará 2010 com aumento de investimentos, funcionários, faturamento e margem de lucro em comparação com o ano passado, quando as incertezas ainda rondavam as salas dos líderes.

Para que esse crescimento seja sustentável e bem estruturado, no entanto, as empresas precisam voltar suas atenções para a área de recursos humanos. Não por acaso, o desenvolvimento do RH é prioridade para 86% das 66 companhias que participaram de um estudo realizado pela Deloitte sobre práticas e tendências no setor.

Na opinião de Fábio Mandarano, gerente sênior da área de consultoria da Deloitte, as organizações entenderam a importância de capacitar e treinar seus quadros nos momentos mais favoráveis da economia. "Se a empresa vai faturar mais e pretende expandir seus negócios, ela vai precisar de gente preparada e motivada para realizar esse movimento", afirma.

Em segundo lugar na lista de prioridades para investir está a melhoria da qualidade e produtividade. Essa era a principal preocupação em 2009, quando a crise revelou a necessidade de otimizar o tempo, reduzir custos e produzir mais com menos. No ano passado, o RH era apenas o quarto item na escala de importância dos investimentos.
" Na crise, as companhias focaram em seus clientes externos, tentando sobreviver e encontrar um equilíbrio entre eficiência e preço.

Agora, os olhares se voltam para dentro de casa", diz Mandarano. Este ano, a previsão orçamentária da área de RH é quase 50% maior do que em 2009 e entre seus principais temas estão treinamento, remuneração, comunicação interna e tecnologia da informação.

O especialista destaca o aumento dos treinamentos comportamentais para todos os níveis da organização, o que significa uma preocupação maior das empresas em alinhar seus valores e suas culturas com os colaboradores. Ainda assim, 91% delas admitiram não possuir um programa formal de retenção de talentos. Plano de cargos e carreiras, premiações, incentivos de longo prazo, desenvolvimento e benefícios diferenciados são as estratégias mais usadas pelas restantes com essa finalidade.

Outro ponto levantado pelo estudo, e que Mandarano considera preocupante, é a falta do RH estratégico em mais da metade das empresas (56%). Mesmo assim, 77% delas afirmam que o executivo de RH participa das decisões da companhia. Para o especialista, isso demonstra que, na prática, são poucas as organizações que abrem espaço para que a área atue junto ao conselho e à diretoria, embora exista todo um discurso positivo por parte dos líderes das corporações a respeito do tema.

Mandarano afirma que, especialmente em momentos de expansão dos negócios como o atual, é essencial que o RH participe das reuniões estratégicas de forma atuante e não apenas como ouvinte. "Só assim será possível preparar e alocar as melhores pessoas no tempo em que vão ser requeridas."

Fonte: ABVQ – Associação Brasileira de Qualidade de Vida